O meu Frankeinstein

Ou melhor a criatura do Dr. Frankeinstein. No mural o "monstro" bom surge com uma flor na mão...

Escrito pela mão de Mary Shelley no início do sec XIX, « Frankenstein; or, The Modern Prometheus », vai na corrente do Romantismo seguindo a linha do romance gótico, e será um prenúncio do que se virá a generalizar como ficção científica.

«A natureza faz bem as coisas... Leu Mary Shelley ?» Pergunta Adèle Blanc-sec, personagem de aventuras, crimes e mistérios do Tardi.
«Está vivo

Pintura Mural

Sob o signo do "MAL", eis o tema deste mural. São ténues as linhas que separam a ficção da vida. O que acontece quando estes se sobrepõem e se confundem. Complexo mundo de personagens, de interligações. O Terror se enamora com a Folia. As vidas passadas como linhas paralelas sem chegarem ao infinito. Um Trompete com o seu Trompetista dão início a esta Dança Macabra...


Lisboa o grande porto. E esses Navios que te querem tocar. Ruas, portos, casas. Esse céu imenso. Labirintos, a estrada. 

O meu Frankeinstein, solitário e melancólico, é uma homenagem à Mary Shelley, sua criadora.
«Quando um livro está acabado - um livro que escrevemos, bem entendido - já não podemos dizer, ao lê-lo, que esse livro foi um livro escrito por nós, nem que as coisas foram lá escritas, nem com que desespero, nem com que alegria, o de um achado ou de um fracasso de todo o nosso ser. Porque, no final, num livro, não é possível ver nada disso. A escrita é, de certa maneira, uniforme, ajuizada. Já nada acontece num tal livro, terminado e distribuído. E ele reencontra a inocência indecifrável da sua vinda ao mundo.

Estar só com o livro ainda não escrito é estar ainda no primeiro sono da humanidade. É isso. É, também estar só com a escrita ainda em fase de pousio. É tentar não morrer dela. (...)»

- Margueritte Duras, "Escrever". Para o Jorge.

como um sonho

Colorindo a BD do FP I

 Só a cor a pincel e tinta acrílica


 Depois sobreposto o desenho a tinta da china


 A finalizar, todo um trabalho minuncioso no photoshop

De repente...

virar à esquerda


Grandes mistérios habitam
O limiar do meu ser,
O limiar onde hesitam
Grandes pássaros que fitam
meu transpor tardo de os ver.

São aves cheias de abismo,
Como nos sonhos as há.
Hesito se sonho e cismo,
E à minha alma é cataclismo
O limiar onde está

Então desperto do sonho
E sou alegre da luz,
Inda que em dia tristonho;
Porque o limiar é medonho
E todo o passo é uma cruz.

-in Poesias Ocultitas de Fernando Pessoa, Aquariana edt.
Arco-íris nas Caldas da Rainha ou "Caldas Rainbow".

Na quinta entre ciprestes
Secaram todas as fontes,
As rosas brancas agrestes
Trazidas do fim dos montes
Vós mas tiraste, que as destes

No rio ao pé de salgueiros
Passaram águas em vão,
com tristezas de estrangeiros
Passaram pelos salgueiros
As ondas, sem ter razão.

(Excerto de um poema de Fernando Pessoa).

Que bom ser escapista!


 No expediente laboral, entre atendimentos de assistência a avariados e acidentados, pedidos de médico ao domicílio e apólices anuladas, escapa-me a caneta e começa a desenhar sozinha, assim como desta vez:

versão mais composta que só o sossego e o tempo de estar dentro de casa permitem